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OS MALES DO MEDO

Bem sabemos que o medo é uma reação natural de autopreservação e, em algumas situações, ela é muito saudável, pois nos impede de agir de forma perigosa a nossa integridade física.
Porém, esse medo salutar, normalmente é uma reação quase instintiva diante de perigos reais ou situações ameaçadoras bem presentes e, via de regra, não está relacionado com ideias preconcebidas nem é fruto de imaginações pouco fundamentadas.
Não obstante essa característica positiva do medo, ele deixa de ser algo benéfico para nos guardar do mal, chegando mesmo a causa-lo, quando ultrapassa os limites da autopreservação se tornando pavor paralisante, algumas vezes sem qualquer origem ou motivo aparente.
Tal espécie de medo aterrorizante, muitas vezes, está relacionado a algum trauma passado ou, ainda, é o resultado de uma série de associações de ideias e conceitos realizados por nossa mente diante de determinada situação e que nem sempre guardam relação com a realidade.

O relato bíblico

1Jo. 4.18
Encontramos no evangelho de Mateus o relato de um momento onde o medo se apoderou de Pedro, discípulo de Jesus, a ponto de prejudicar seus movimentos e fazê-lo fraquejar na fé.
No evangelho de Mateus, capítulo 14, versículos 22 a 33 encontramos Jesus andando sobre as águas indo ao encontro de seus discípulos que estavam em um barco já bem longe da margem do mar.
Essa passagem bíblica encerra diversos ensinamentos, no entanto quero me deter aqui na atitude de Pedro ao, seguindo o chamado de Jesus, também tentar andar sobre as águas ao encontro do Mestre.
O relato conta que após alimentar cerca de 5 mil homens com apenas cinco pães e dois peixes (Mt. 14. 13-21), Jesus compeliu seus discípulos a embarcar e a passar para a outra margem do mar enquanto ele despedia as multidões (Mt.14.22).
Feito isso, Jesus subiu ao monte para orar sozinho no cair da tarde (Mt. 14.23) e assim ficou até a madrugada (quarta vigília da noite) quando foi ao encontro de seus discípulos, que estavam já longe no mar lutando contra os ventos contrários, andando sobre as águas (Mt. 14. 23-25).
Ao verem de longe Jesus se aproximando deles andando sobre as águas tiveram medo, pois achavam que se tratava de um fantasma, porém o Senhor os acalmou dizendo: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! ” (Mt. 14. 26-27).
Pedro, talvez ainda em dúvida sobre de quem se tratava realmente aquele que andava sobre as águas, disse: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. ” (Mt. 14. 28), ao que prontamente respondeu o Senhor: “Vem! ”, Pedro desceu então do barco e passou a também andar sobre as águas indo em direção a Jesus (Mt. 14.29).

O medo de Pedro

Percebamos que, se alguma dúvida sobre a identidade daquela figura que andava sobre as águas ainda pairava na mente de Pedro ela se dissipara no exato momento em que colocou os pés nas águas e passou a caminhar sobre o mar. Naquele momento Pedro tivera certeza de que se tratava de Jesus, de seu Mestre, de que era o Filho de Deus que estava ali a sua frente e o convidava para andar sobre as águas.
Porém, aquela segurança que Pedro sentiu diante da figura de Jesus ao ponto de realizar algo humanamente impossível, ele deixou se esvair quando sentiu medo. O texto bíblico nos conta que “Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! ” (Mt. 14.30).
Pedro estava diante de Deus que o convidava para ir até Ele, mas teve medo e afundou. Ele não considerou quem o chamava, ele não considerou que Jesus já havia lhe dado o poder de fazer o impossível, ele já estava andando sobre as águas, mas apenas reparou na força do vento e teve medo.

Lutemos, portanto, contra o nosso medo paralisante de viver uma vida para Cristo e nos dediquemos com coragem e ousadia a Jesus

Em uma situação onde Pedro tentasse andar sozinho sobre as águas no meio do mar seu medo seria plenamente justificável e tentar esse feito seria uma insanidade, porém era Jesus quem estava a sua frente e o convidara a caminhar sobre as águas e com Jesus não temos qualquer motivo para sentir medo, “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. ” (2Tm. 1.7).

Combater o medo

Pedro teve medo e afundou mesmo estando diante de Jesus, quantos de nós que dizemos crer fielmente no Senhor estamos vez por outra afundando em nossos medos? O medo pode ser um abismo no nosso caminhar e bem sabemos que um abismo traz outro abismo (Sl. 42.7).
Não precisamos nem devemos ter medo quando estamos com Jesus a nossa frente, pois o medo também é falta de amor, uma vez que “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. ” (1Jo. 4.18) e bem sabemos que aquele que não ama não conhece a Deus (1Jo.4.8).
Lutemos, portanto, contra o nosso medo paralisante de viver uma vida para Cristo e nos dediquemos com coragem e ousadia a Jesus O amando com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, e com toda a nossa força (Dt. 6.5) em todos os dias de nossa vida.

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