Bem
sabemos que o medo é uma reação natural de autopreservação e, em algumas
situações, ela é muito saudável, pois nos impede de agir de forma perigosa a
nossa integridade física.
Porém,
esse medo salutar, normalmente é uma reação quase instintiva diante de perigos
reais ou situações ameaçadoras bem presentes e, via de regra, não está
relacionado com ideias preconcebidas nem é fruto de imaginações pouco
fundamentadas.
Não
obstante essa característica positiva do medo, ele deixa de ser algo benéfico
para nos guardar do mal, chegando mesmo a causa-lo, quando ultrapassa os
limites da autopreservação se tornando pavor paralisante, algumas vezes sem
qualquer origem ou motivo aparente.
Tal
espécie de medo aterrorizante, muitas vezes, está relacionado a algum trauma
passado ou, ainda, é o resultado de uma série de associações de ideias e
conceitos realizados por nossa mente diante de determinada situação e que nem
sempre guardam relação com a realidade.
O relato bíblico
Encontramos
no evangelho de Mateus o relato de um momento onde o medo se apoderou de Pedro,
discípulo de Jesus, a ponto de prejudicar seus movimentos e fazê-lo fraquejar
na fé.
No
evangelho de Mateus, capítulo 14, versículos 22 a 33 encontramos Jesus andando
sobre as águas indo ao encontro de seus discípulos que estavam em um barco já
bem longe da margem do mar.
Essa
passagem bíblica encerra diversos ensinamentos, no entanto quero me deter aqui
na atitude de Pedro ao, seguindo o chamado de Jesus, também tentar andar sobre
as águas ao encontro do Mestre.
O
relato conta que após alimentar cerca de 5 mil homens com apenas cinco pães e
dois peixes (Mt. 14. 13-21), Jesus compeliu seus discípulos a embarcar e a
passar para a outra margem do mar enquanto ele despedia as multidões (Mt.14.22).
Feito
isso, Jesus subiu ao monte para orar sozinho no cair da tarde (Mt. 14.23) e
assim ficou até a madrugada (quarta vigília da noite) quando foi ao encontro de
seus discípulos, que estavam já longe no mar lutando contra os ventos
contrários, andando sobre as águas (Mt. 14. 23-25).
Ao
verem de longe Jesus se aproximando deles andando sobre as águas tiveram medo,
pois achavam que se tratava de um fantasma, porém o Senhor os acalmou dizendo:
“Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! ” (Mt. 14. 26-27).
Pedro,
talvez ainda em dúvida sobre de quem se tratava realmente aquele que andava
sobre as águas, disse: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as
águas. ” (Mt. 14. 28), ao que prontamente respondeu o Senhor: “Vem! ”, Pedro
desceu então do barco e passou a também andar sobre as águas indo em direção a
Jesus (Mt. 14.29).
O medo de Pedro
Percebamos
que, se alguma dúvida sobre a identidade daquela figura que andava sobre as
águas ainda pairava na mente de Pedro ela se dissipara no exato momento em que
colocou os pés nas águas e passou a caminhar sobre o mar. Naquele momento Pedro
tivera certeza de que se tratava de Jesus, de seu Mestre, de que era o Filho de
Deus que estava ali a sua frente e o convidava para andar sobre as águas.
Porém,
aquela segurança que Pedro sentiu diante da figura de Jesus ao ponto de
realizar algo humanamente impossível, ele deixou se esvair quando sentiu medo. O
texto bíblico nos conta que “Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e,
começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! ” (Mt. 14.30).
Pedro
estava diante de Deus que o convidava para ir até Ele, mas teve medo e afundou.
Ele não considerou quem o chamava, ele não considerou que Jesus já havia lhe
dado o poder de fazer o impossível, ele já estava andando sobre as águas, mas
apenas reparou na força do vento e teve medo.
Lutemos, portanto, contra o nosso medo paralisante de viver uma vida para Cristo e nos dediquemos com coragem e ousadia a Jesus
Em
uma situação onde Pedro tentasse andar sozinho sobre as águas no meio do mar
seu medo seria plenamente justificável e tentar esse feito seria uma
insanidade, porém era Jesus quem estava a sua frente e o convidara a caminhar
sobre as águas e com Jesus não temos qualquer motivo para sentir medo, “Porque
Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de
moderação. ” (2Tm. 1.7).
Combater o medo
Pedro
teve medo e afundou mesmo estando diante de Jesus, quantos de nós que dizemos
crer fielmente no Senhor estamos vez por outra afundando em nossos medos? O
medo pode ser um abismo no nosso caminhar e bem sabemos que um abismo traz
outro abismo (Sl. 42.7).
Não
precisamos nem devemos ter medo quando estamos com Jesus a nossa frente, pois o
medo também é falta de amor, uma vez que “No amor não existe medo; antes, o
perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que
teme não é aperfeiçoado no amor. ” (1Jo. 4.18) e bem sabemos que aquele que não
ama não conhece a Deus (1Jo.4.8).
Lutemos,
portanto, contra o nosso medo paralisante de viver uma vida para Cristo e nos
dediquemos com coragem e ousadia a Jesus O amando com todo o nosso coração, com
toda a nossa alma, e com toda a nossa força (Dt. 6.5) em todos os dias de nossa
vida.
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