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DAVI E ABSALÃO

  Absalão, um dos filhos de Davi, certamente não era uma pessoa temente a Deus. Matou o próprio irmão em emboscada (2Sm. 13.28-29), usurpou o trono do próprio pai (2Sm. 15.1-18), possuiu as concubinas de Davi (2Sm. 16. 20-23) e até mesmo perseguiu o rei para matá-lo (2Sm. 17.1-18.15). Não obstante o caráter de Absalão, Davi o amava e quando da sua morte declarou em prantos: “...Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!” (2Sm. 18.33). O amor de Davi O comportamento de Davi era tão incompreensível para os que o acompanhavam que Joabe lhe disse: “Hoje, envergonhaste a face de todos os teus servos, que livraram, hoje, a tua vida, e a vida de teus filhos, e de tuas filhas, e a vida de tuas mulheres, e de tuas concubinas, amando tu os que te aborrecem e aborrecendo aos que te amam; porque, hoje, dás a entender que nada valem para contigo príncipes e servos; porque entendo, agora, que, se Absalão vivesse e todos nós
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CRISTO FOI TENTADO - PARTE 2

  Na PRIMEIRA PARTE deste estudo percebemos que quando o escritor da Carta os Hebreus, diz que Jesus foi tentado em todas as coisas não está se referindo a uma diversidade de milhares, talvez milhões, de espécies de tentações diferentes. No post de hoje falaremos a respeito das tentações com que Satanás tentou a Eva e também a Jesus. Tomemos inicialmente o livro de Gênesis no relato da queda de Eva: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.” (Gn. 3.6). Aqui está a origem do pecado que degenerou a criação e cuja semente é transmitida de geração em geração nos tornando a todos réus de morte eterna. Vejamos agora as palavras de João: “porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.” (1Jo. 2.16). Percebamos que a essência de ambos os relatos é a mesma,

CRISTO FOI TENTADO

  Quero abordar hoje uma afirmação que encontramos na Carta aos Hebreus a respeito da qual precisamos ter muita atenção a fim de não nos confundirmos. No capítulo 4, versículo 15 lemos: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” (Hb. 4.15). Encontramos afirmação semelhante no capítulo 2 da mesma carta: “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.” (Hb. 2.17-18). Por se tratar de um tema relativamente complexo proponho um estudo em duas partes a serem publicadas nas postagens do blog Preceitos de Fé. Iniciemos então com uma análise minuciosa desses textos: Sumo Sacerdote Em ambos os textos, dentre outr

ARREPENDIMENTO

  Algumas pessoas imaginam que se arrepender significa apenas sentir grande tristeza em virtude de algo que fez, falou ou pensou, o consideram assim uma espécie de sentimento. No entanto, embora o arrependimento normalmente esteja relacionado com algum sentimento de pesar, ele vai muito além do sentimento, pois exige uma ação no sentido contrário àquela que o provocou. Em uma postagem aqui no blog Preceitos de Fé, cujo o título é “ Pedro e Judas, uma lição sobre oarrependimento ”, comento a respeito das atitudes dos dois discípulos de Jesus e a diferença entre o arrependimento de Pedro e o remorso de Judas e esclareço as atitudes de cada um deles após os erros cometidos. O arrependimento é muito mais uma atitude do que um sentimento. As palavras hebraica e grega Quando analisamos a Bíblia Sagrada notamos que as palavras que são normalmente utilizadas no texto bíblico em seus idiomas originais (o hebraico e o grego) e que são traduzidas por arrependimento dizem respeito a algo mui

AQUIETE-SE

  No capítulo 14 do Livro de Êxodo encontramos um ensinamento importante, que hoje quero destacar, a respeito de como deve ser nossa postura para ouvir a voz de Deus. A situação do capítulo 14 de Êxodo é a da saída do povo hebreu do Egito. Faraó, após as dez pragas, havia permitido que Moisés saísse do Egito levando seu povo e tudo quanto os pertencia (e até mesmo ouro, prata e vestes dadas pelos egípcios), porém algum tempo depois resolvera voltar atrás e recapturar o povo hebreu. A perseguição Nesse momento Deus havia determinado ao povo que parassem em frente ao mar. Quando Faraó e seu exército os alcançou, o povo hebreu se desesperou e passou a clamar ao Senhor, mas também a protestar contra Moisés dizendo: “Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito? Não é isso o que te dissemos no Egito: deixa-nos, para que sirvamos os egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do

TER FÉ

Certa vez ouvi alguém comentando que nós temos fé o tempo inteiro: por exemplo – esclarecia a pessoa que comentava – quando passamos de carro sobre uma ponte temos fé de que ela não irá cair com o nosso peso. Essa definição, embora possa parecer atraente na argumentação de que todos nós somos capazes de ter fé em Cristo uma vez que temos fé em tantas coisas banais, na verdade não condiz com o sentido escriturístico de fé. Para entendermos bem o que a Bíblia Sagrada nos revela a respeito de fé precisamos ver inicialmente a carta aos hebreus em seu capítulo 11, versículo primeiro que diz: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.” (Hb. 11.1). Esse texto já nos esclarece que fé não pode ser simplesmente o ato de acreditar que algo vai ou não vai acontecer. Fé x Acreditar Fé, como diz o texto, tem relação com certeza, com convicção, porém certeza e convicção de coisas que não são evidentes ou que ainda não estão visivelmente presentes. No

O ÚNICO QUE PODE LEVAR O HOMEM AO INFERNO

Se alguém perguntar quem é o único ser que pode levar o homem ao inferno, algumas pessoas provavelmente responderão que esse ser é Satanás, porém posso afirmar que essa resposta não está fundamentada na bíblia e, portanto, está incorreta. É certo que a bíblia afirma que o inimigo anda em derredor como leão procurando alguém para devorar (1Pe. 5.8) no entanto essa afirmação se refere às artimanhas do diabo para nos derrubar e não que ele tenha de fato poder para irresistivelmente fazê-lo. O Pecado Original Vejamos primeiramente a descrição do pecado original nas escrituras. Adão foi advertido por Deus para que não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn. 2.17). A serpente (o Ser maligno) usou do desejo de Eva, que conhecia a determinação dada por Deus, e de argumentos maliciosamente articulados para convencê-la a desobedecer ao Senhor e ela, por sua vez ofereceu o fruto ao marido que também comeu (Gn. 3.6). Percebamos que embora Satanás tenha usado de malíci

UZÁ E A ARCA - PARTE 2

Na Primeira Parte deste estudo questionamos sobre uma suposta excessiva severidade de Deus no relato da morte de Uzá ao ter tentado evitar a queda da Arca da Aliança no chão quando ela era transportada.  Vimos também que, seguindo o padrão bíblico de a bíblia responder a própria bíblia, a resposta a tal questionamento encontramos no próprio Livro de Crônicas, nas palavras de Davi. Neste post buscaremos esclarecer os ensinamentos profundos contidos nesse relato e que dizem respeito a todos nós cristãos. A Importância do Zelo No relato da morte de Uzá que encontramos no sexto capítulo do segundo Livro de Samuel está escrito: “Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus.” (2Sm. 6.7). A ação dos filhos de Abinadabe de se responsabilizarem pelo transporte e cuidado da Arca da Aliança foi considerada uma irreverência, uma falta de respeito às determinações do Senhor e, consequentemente, ao próprio Senhor. Assim

UZÁ E A ARCA - PARTE 1

Alguns textos bíblicos provocam estranheza em algumas pessoas por parecerem estar em desacordo com a ideia de infinita bondade e misericórdia do Senhor. Um desses textos certamente é o relato da morte de Uzá ocorrida em virtude de ter tentado proteger a Arca da Aliança de uma iminente queda quando em seu transporte os bois tropeçaram. Por se tratar de um tema relativamente complexo proponho um estudo em duas partes a serem publicadas nas postagens do blog Preceitos de Fé. O Caso de Uzá   Vejamos o texto: “Então Davi reuniu todos os israelitas, desde o rio Sior, no Egito, até Lebo-Hamate, para trazerem de Quiriate-Jearim a arca de Deus. Davi e todos os israelitas foram a Baalá, que é Quiriate-Jearim, em Judá, para buscar a arca de Deus, o Senhor, que tem o seu trono entre os querubins; a arca sobre a qual o seu nome é invocado. Da casa de Abinadabe levaram a arca de Deus num carroção novo, conduzido por Uzá e Aiô. Davi e todos os israelitas iam dançando e cantando com todo o vigor

SER COMPLETO

É patente que o ser humano vive sempre em busca de algo, sempre é alguém insatisfeito. Se por um lado essa característica tem sido o motor do desenvolvimento da sociedade pois instiga o ser humano a sempre buscar algo melhor, por outro demonstra uma angustiante e permanente ausência de completude. A Busca É evidente que cada um de nós somos seres completos enquanto constituição biológica adaptada ao meio em que vivemos e que, guardada as limitações humanas, também somos psicologicamente completos, no entanto podemos perguntar de onde vem essa constante sensação de que falta algo? Algumas pessoas pensam que se sentirão inteiramente realizadas ao adquirir bens em abundância, outras buscam poder absoluto, há os que buscam algum tipo de prazer constante ou mesmo uma relação amorosa estável. Mas o fato é que o mundo está repleto de pessoas que alcançaram tais coisas e ainda assim se sentem insatisfeitos. Qual o limite de se obter dinheiro? Quanto maior a quantidade monetária acumulada m

O ÚNICO MEDIADOR

Quando o apóstolo Paulo diz: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm. 2.5), certamente está também fazendo uma referência ao ofício do Sumo Sacerdote do povo de Israel. O Sacerdote A função do Sumo Sacerdote nos tempos da Antiga Aliança era ser um mediador entre o povo e o Senhor, por isso vemos no livro de Levítico, por exemplo, Deus determinando que Arão (o primeiro Sumo Sacerdote de Israel) fizesse: “[...]expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel” (Lv. 16.17). É interessante notar que o Sumo Sacerdote em seu ofício no Templo levava sobre seu peito o nome das doze tribos de Israel (Ex. 28.21) e em sua cabeça uma lâmina de ouro onde estava escrito: “Santo ao Senhor” (Ex. 28.36).   Ocorre que na Nova Aliança não necessitamos mais de Sumo Sacerdote humano para entrar uma vez por ano no Santo dos Santos e fazer expiação por nossos pecados pois temos o Sumo Sacerdote eterno que entregou a própria vida

USOS E COSTUMES - PARTE 2

Na Primeira Parte deste estudo descobrimos que a cidade de Corinto era uma cidade repleta de ideias pagãs e que Paulo escreve àquela Igreja com o intuito de esclarecer dúvidas e de orientar o comportamento. Neste post buscaremos entender qual o valor para os dias atuais das orientações paulinas acerca de comportamento dadas aos irmãos de Corinto. O Contexto É fácil perceber que Paulo está tratando de costumes locais e de nenhum modo os relacionando como se fossem critérios universais e muito menos como exigências para a salvação. Veja, o apóstolo escreve: “Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo. Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar véu.” (1Co. 11.6). Porém encontramos no livro de Gênesis o seguinte texto: “Então, ela despiu as vestes de sua viuvez, e, cobrindo-se com um véu, se disfarçou, e se assentou à entrada de Enaim, no caminho de Timna; pois via que Selá já era homem, e ela não lhe fora dada por mulher. Vendo-a Judá, teve

USOS E COSTUMES - PARTE 1

Há um tempo atrás algumas igrejas cristãs no Brasil possuíam regras rígidas em torno de diversos assuntos, alguns desses temas eram chamados popularmente de “usos e costumes” e versavam, por exemplo a respeito de como deveria se vestir um cristão dentro de uma igreja. Com a chegada do neopentecostalismo e o distanciamento da tradição religiosa ascética com o consequente movimento em direção de um caráter mais próximo ao cotidiano popular tais regras foram sendo paulatinamente abolidas mesmo nas igrejas de viés mais tradicional. Ocorre que algumas pessoas ainda se perguntam se a Bíblia define ou não padrões de comportamento e de vestuário dentro das igrejas que são aplicáveis aos dias atuais. Por se tratar de um tema relativamente complexo proponho um estudo em duas partes a serem publicadas nas postagens do blog Preceitos de Fé. Iniciemos então com uma análise minuciosa desse fato: A Igreja de Corinto Um dos textos que geram mais questionamentos a esse respeito encontramos na c

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